3 de nov. de 2010

Qual o melhor método de ensino?

Tradicional ou Construtivista? Waldorf ou Montessoriano?
Como o assunto me interessa e, coincidentemente, algumas amigas me pediram pra falar sobre isso no blog, fui pesquisar um pouco. O tema é muito rico e permite muitas reflexões. Mas, vamos tentar simplificar:

TRADICIONAL
Modelo de ensino difundido pelas escolas públicas francesas a partir do Iluminismo (séc. XVIII).
- Método preferido dos grandes colégios.
- O papel do professor é ensinar. E o do aluno é assimilar o conhecimento através de muita teoria e exercícios.
- O conhecimento está pronto e o aluno tem um papel mais passivo.
- Ênfase na memorização e na reprodução do conteúdo por meio de exercícios.
- A nota é a principal forma de saber se o aluno aprendeu ou não.
- O vestibular é o objetivo principal.
- Ideal para crianças que preferem ambientes previsíveis.
- Escolas tradicionais costumam ser rígidas em relação à disciplina.

Este método foi considerado não-crítico e ultrapassado nas décadas de 60 e 70, mas ainda tem muita importância para os educadores. Seus defensores enfatizam que não há como formar um aluno crítico e questionador sem uma base sólida de informação.

CONSTRUTIVISTA
Desenvolvido pelo filósofo Jean Piaget (1896-1980)

- O aluno constrói o seu próprio conhecimento a partir da interação com o meio em que vive.
- Prioriza o conhecimento que a criança traz consigo e tenta aprofundá-lo e reconstituí-lo em situações diferentes.
- O aprendizado acontece espontaneamente e não é imposto. A criança pode até se alfabetizar sozinha, desde que esteja em ambiente que estimule o contato com letras e textos.
- O papel do professor é coordenar as atividades, perceber como cada aluno se desenvolve e propor situações de aprendizagem expressivas.
- Acompanha a curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a interessam naquele momento, sem se prender a um currículo rígido.
- A informação e o conteúdo são fundamentais, mas o processo pelo qual o aluno chega a eles e como estabelece relações e comparações é o mais importante. Dessa maneira, as escolas acreditam que formam crianças mais críticas, opinativas e investigativas.
- As disciplinas estão voltadas para a reflexão e auto-avaliação, portanto as escolas construtivistas costumam ser mais liberais.

WALDORF
Método criado pelo filósofo alemão Rudolf Steiner, a partir de 1919.

- Segue uma linha educativa naturalista, onde ação, pensamento e sentimento são integrados em atividades corporais e artísticas.
- É contra o uso da televisão e de brinquedos industrializados, prefere dar aos alunos pedaços de madeira para que eles os transformem em brinquedos.
- Os alunos são divididos por faixas etárias e não por série, pois se acredita que cada idade tem necessidades específicas a serem atendidas.
- É contra a alfabetização antes dos sete anos de idade. O tempo de aprendizado de cada aluno é respeitado.
- Não há repetências e os professores guiam uma mesma turma durante um ciclo de sete anos. (O aluno waldorfiano estuda com a mesma turma dos 7 aos 14 anos.)
- Não tem o vestibular como prioridade.
- O método dá igual importância às formações ética, estética e acadêmica.
- A relação da entidade com a família é intensa. As escolas que seguem essa linha têm princípios mais radicais e esperam dos pais uma postura sintonizada com a sua filosofia educacional.

MONTESSORIANO
Desenvolvido pela italiana Maria Montessori (1870-1952).

- A criança é responsável pelo próprio aprendizado.
- O método valoriza a personalidade de cada criança, e enfatiza as experiências e o manuseio de materiais para obter a concentração individual e o aprendizado.
- O professor sugere as atividades e orienta o aluno. Primeiro, a criança experimenta, depois é levada à teoria. A própria criança se corrije, adquirindo assim maior autoconfiança.
- Prioriza atividades motoras e sensoriais que aproximem o aluno da ciência, da arte e da música.
- Alfabetização feita através de fonemas.
- Disposição circular da sala de aula, prateleiras com jogos pedagógicos acessíveis aos alunos, cubos lógicos de madeira para o ensino de matemática são algumas das inovações do método montessoriano usadas até hoje nas escolas.

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Conclusão?
Acho que não existe método bom ou ruim. Todos têm pontos positivos e negativos - óbvio-, e podem funcionar para algumas crianças e não para outras. Além disso, muitas escolas hoje em dia, não seguem linhas pedagógicas tão pré-estabelecidas assim. A escolinha da Gabi, por exemplo, tem um método próprio, que mistura o construtivismo com a linha montessoriana. Eu gosto bastante...

O mais importante, na minha opinião, é tirar o foco da parte teórica da coisa e ir visitar escolas, conversar com pessoas. Analisar o que é mais indicado para a criança e o que combina mais com o estilo de vida da família.

E você, o que acha?


Fonte: Folha Online - Educação; Revista Crescer; Revista Isto É
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4 comentários:

  1. Oi Mari, valeu pelo texto.... já comecei a procurar escolas e agendar as visitas para conhecer. Acho que nenhuma será exatamente perfeita, mas podemos escolher a que mais combina com nosso estilo, com os valores que queremos passar para nossos filhos.

    Na festa das meninas aproveitei para bater um papo com a Mari, que me deu algumas dicas bacanas, como questionar cardápio, rotina da escola, e saber se a corrdenadora pedagógica fica todos os dias na escola... (por incrível que pareça nem todas tem!)

    Aproveito para dizer que a festa estava super charmosa e o brigadeiro sensacional!!!! beijos, déia

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  2. Que bom que você gostou, Déia (do texto e da festa)!
    E sempre que quiser sugerir temas, fique à vontade. Vou adorar!
    bjs
    Mari

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    Respostas
    1. Escolas construtivistas foram banidas da França e Suíça, nos EUA também foram expulsas.

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  3. Putz, embora Alice tenha recém completado 1 aninho, começo a me interessar por sua educação. Que dura missão temos ao escolher a escola, não?! Adorei o texto com as principais linhas pedagógicas Má. O duro é achar nas escolas uma linha com a qual nos identifiquemos... por enquanto tenho achado tudo meio bagunçado. Além do mais, as waldorfianas de SP ficam todas na zona sul, longe demais pra nós...

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