18 de jul. de 2011

A mãe perfeita é um mito

Este é o título de uma entrevista interessantíssima que saiu na revista Veja dessa semana. Vocês leram?

A entrevistada foi Elisabeth Badinter, filósofa francesa e estudiosa super respeitadada sobre questões que envolvem a maternidade.

O assunto é um tanto polêmico, principalmente quando a filósofa tenta combater o pensamento moderno, valorizado pelas feministas, de que toda mulher deve ser mãe - e perfeita.

Acho que a entrevista ainda não está disponível na internet, então vou colocar alguns trechos aqui.


"Tento desconstruir um mito que vem se consolidando nas sociedades modernas com a participação de todos esses grupos - o da mãe perfeita. Movidos por ideologias as mais variadas, feministas, ecologistas e intelectuais que eu combato tratam de sedimentar no caldo cultural do século XXI a idéia de que, uma vez mãe, a mulher deve enquadrar-se em um modelo único, obedecendo a dogmas que, de tão atrasados, sepultam os avanços mais básicos trazidos pela industrialização. Estou falando de pessoas que torcem o nariz para as cesarianas e chegam a fazer apologias do parto sem anestesia, sob o argumento de que há beleza no sacrifício feito em nome dos filhos já no primeiro ato. Demonizam o uso da mamadeira e até o da fralda descartável. Para essa gente, as mães nunca devem estar indispostas para suprir as necessidades de sua prole. Essa pressão só causa frsutração e culpa nas mulheres."


"As mães que põem os interesses e as vontades dos filhos sempre acima dos seus são vítimas desse equívoco historicamente determinado. Essas mães acreditam que a dedicação incondicional pode ajudar a produzir uma criança perfeita, resultado dos incentivos constantes. Nada mais típico do grande equívoco atual, baseado numa interpretação exagerada da psicanálise, do que a idéia de que crianças devem ser poupadas de toda e qualquer frustração. Esse excesso costuma produzir efeitos colaterais desastrosos - tanto para a mãe como para a criança."

Uau... Complexo, não?
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3 comentários:

  1. Eu ja havia lido uma outra reportagem dela. Achei interessante. Ela tem opinioes contundentes, mexe com o status quo. Nos faz repensar certas crencas e praticas que levam, sim, a frustracao. A mae perfeita nao existe, e acho bom que isso seja sempre lembrado, ate mesmo por nos, no dia-a-dia mesmo. Vc gostou da entrevista? Ainda nao tive acesso. No site da Veja, parece que estara disponivel na sexta-feira. Bjs. Camila

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  2. É verdade, Camila...
    Eu gostei muito, concordei com ela na maioria dos aspectos.
    Quando tiver oportunidade, dê uma lida.
    bjs
    Mari

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  3. Oi Mari, excelente texto. Obrigada por compartilhar.

    Na minha opinião, ser xiita em qualquer coisa é ultrapassado.

    O que importa é o BOM SENSO e isso, quando bem praticado pelos pais, serve também como aprendizado para os filhos, que terão oportunidade de usá-lo pelo resto da vida.

    Beijos! Ligia

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